Se você é gestor na construção civil, deve saber que manter um bom networking é essencial para buscar novos clientes. No entanto, se a gestão das suas obras não for bem feita, você terá inúmeros problemas no futuro e é aí que entra a gestão contábil de obras. Todo projeto precisa de uma boa gestão que se atente aos detalhes para ser efetuada de forma organizada, respeitando prazos e sem ultrapassar o orçamento.
Fazer isso não é simples, afinal, envolve diversos fatores e riscos, mas quanto mais bem planejado isso for, maiores são as chances de sucesso. Nesse sentido, a gestão contábil é apenas um dos ramos da gestão de uma obra, mas é um fator decisivo no resultado final, pois apesar de tudo estar interligado, sem uma boa gestão de contabilidade pode não ser possível finalizar a obra ou ter prejuízos para isso.
Por que a gestão contábil de obras evita turbulências?
Para começar, é importante entender que uma gestão contábil é diferente de uma gestão financeira. Isso se dá pois a contabilidade não vai olhar apenas para o dinheiro que chega ou sai, mas irá ajudar em toda a administração da obra. Nesse sentido, a visão contábil é mais ampla e ajuda o empreendedor a enxergar mais adiante, o que é essencial para alcançar a estabilidade financeira que muitos desejam.
Além disso, com um mercado que tem muitas instabilidades e é influenciado por diversos fatores, essa gestão te possibilitará alcançar um certo equilíbrio, reduzindo os impactos que mudanças no mercado trazem para sua empresa. No entanto, essa gestão é complexa e exige funcionários capacitados e um bom planejamento, que pode variar de uma obra para outra. Sendo assim, veja a seguir algumas dicas que são essenciais para este tipo de gerência e não sofra mais com as consequências de não ter uma contabilidade bem feita nas suas obras.
Identifique qual é a tributação mais benéfica para o que a sua obra precisa
Cada negócio tem suas especificidades e elas precisam ser consideradas antes de escolher o tipo de tributação que será utilizado. No caso da construção civil, há 5 perfis tributários à sua disposição para você escolher o que melhor se encaixa com sua construtora, tipos de obras realizadas ou com uma obra específica. São eles:
MEI
A primeira opção que traremos aqui é o MEI, que basicamente é uma regularização da mão de obra autônoma e é muito comum na prestação de serviço para a construção civil. Nesse sentido, muitos pedreiros, eletricistas, pintores, etc. possuem o MEI. No entanto, uma empresa ou indivíduo com MEI é limitado a receber um valor máximo de renda anual.
Supersimples
Essa outra opção existe para beneficiar pequenas e microempresas ao concentrar todos os tributos em um único imposto que se divide em dois tipos: a alíquota para os que possuem uma receita de até 360 mil reais e a de quem recebe entre 360 mil a 4.8 milhões de reais. Para a construção civil esse é um tipo de tributação relativamente recente e os impostos seguem as tabelas III e IV do Simples.
Apesar desse tipo de tributação facilitar o recolhimento de impostos para sua empresa, é preciso ter atenção, pois você pode acabar pagando os tributos duas vezes. Por exemplo, ao contratar um MEI para mão de obra, o governo receberá o imposto tanto deste trabalhador quanto o da pequena construtora que utiliza a supersimples. Nesse sentido, a contabilidade consultiva irá te auxiliar a enxergar esses detalhes na sua gestão contábil para identificar o que é de fato benéfico para sua empresa.
Lucro Presumido e Lucro Real
Aqui você irá conhecer dois perfis de tributação para empresas com renda bruta maior que 4.8 milhões de reais: o lucro presumido e o lucro real que afetam o recolhimento do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. No primeiro perfil, esses impostos terão as alíquotas da tabela Fisco como base, independente do lucro que a empresa obteve. Já no lucro real, as alíquotas variam de acordo com o lucro obtido pelo seu negócio, então por exemplo, se você não tiver lucro em um ano, terá IRPJ e CSLL suspensos.
Diante disso, para construtoras que estão iniciando novas obras o lucro real pode ser interessante, pois esses inícios de projetos tendem a ter maiores gastos e pagar alíquotas presumidas pode acabar trazendo prejuízos à sua construtora. Contudo, para as empresas que já possuem altos lucros, escolher o lucro presumido pode reduzir o valor dos impostos. Desse modo, a contabilidade consultiva irá te ajudar justamente a conhecer melhor a sua situação financeira e a escolher o perfil que lhe será mais vantajoso.
Regime Especial de Tributação (RET)
Esse perfil de tributação foi criado especialmente para a construção civil, onde a alíquota é reduzida. Entretanto, para usufruir desse benefício o imóvel construído passa a ser considerado um Patrimônio de Afetação, ou seja, em caso de falência o imóvel não pode ser usado como um meio para quitar as dívidas. Além disso, nesses casos também é necessário que a obra tenha memorial descritivo registrado em cartório.
Escolha o tipo de contrato de construção que será utilizado
Ao fazer um contrato para uma obra, normalmente há duas formas de pagamento: a empreitada ou o percentual de obra concluído (POC). A primeira é normalmente aconselhada para obras menores e nela os tributos são cobrados uma vez e o pagamento é realizado antes ou após a entrega da obra, mas em alguns casos com o parcelamento do valor até a entrega final. Já para projetos maiores, o POC é mais utilizado, pois ele tem uma arrecadação tributária mensal, de acordo com o perfil tributário que a empresa utiliza. Dessa forma, nessa modalidade de pagamento há mais de um faturamento, sendo cada um proporcional ao que já foi entregue na obra.
Controles da contabilidade para gestão contábil de obras
A contabilidade consultiva tem o papel de controlar 4 fatores relevantes para gestão contábil do seu negócio. São eles:
- Orçamento: a gestão contábil tem o papel de comparar o que foi planejado de gastos e receitas para cada obra e o que realmente ocorreu, comparando relatórios que devem ser realizados ao longo de cada projeto;
- Uso de insumos: a contabilidade consultiva irá analisar documentos para verificar o uso de insumos, analisando também a possibilidade de fazer compras e/ou entregas que possam suprir mais de uma obra para reduzir custos;
- Alocação de colaboradores: a alocação de pessoal é algo que dificulta a gestão de despesas fixas, pois é um fator que varia muito entre uma obra e outra. Sendo assim, ter esse controle de forma organizada na contabilidade simplifica o processo de escrituração e conformidade fiscal;
- Finanças: por fim, o controle financeiro entra na forma de pagamento estabelecida no contrato, que irá variar dependendo da obra, dos prazos e do orçamento. Com esse controle é possível ter o faturamento mensal de maneira mais acessível, possibilitando administrar melhor a necessidade de aditivos, seja no valor ou nos prazos.
Diante de tudo que foi exposto neste artigo, é possível concluir que uma gestão contábil de obras faz toda diferença para a sobrevivência e sucesso de uma construtora. Sendo assim, se quer saber mais sobre a contabilidade consultiva, se quer outras dicas ou gostaria de tirar suas dúvidas, acesse nosso site e confira nosso blog ou entre em contato conosco pelo WhatsApp (71 3052-1011) ou através do Instagram (@Consulfis).